Aqui se inicia o Testamento de Morann mac Máin para Feradach Find Fechtnach mac Crimthan Nia Náir. Este foi o filho da filha de Loth mac Derelath dos Pictos. Sua mãe o trouxe em seu ventre, depois que as tribos vassalas destruíram os nobres de Ériu, exceto Feradach, no ventre de sua mãe. Ele retornou depois com exércitos e Morann enviou-lhe este testamento:
2. Eleva, anuncia
Ó meu Neire, habituado a proclamar
A virtude do dever te faz famoso
Devida a jornada que empreendes
Anuncia, eleva a verdade.
Justas e duradouras
Minhas palavras antes de minha morte
Tragam-lhe a virtude da retidão
Que cada soberano deve ter
Se você passar por cada rei
Eu as considero pela proteção de meu povo.
3. Se você for a um rei
Apresse-se para Feradach
Find Fechtnach
Bom, vigoroso
Ele terá um longo governo
No trono da plena soberania
Ele expulsará muitas tribos
De saqueadores para o mar
Ele aumentará sua herança
Plena de coragem.
4. Que ele guarde meu conselho que aqui segue.
5. Diga-lhe antes de qualquer palavra
Leve-lhe com cada palavra essa justiça duradoura.
6. Que ele preserve a verdade, ela o preservará
7. Que ele eleve a verdade, ela o elevará.
8. Que ele exalte a misericórdia, ela o exaltará
9. Que ele cuide de suas tribos, elas cuidarão dele
10. Que ele ajude às suas tribos, elas o ajudarão
11. Que ele acalme suas tribos, elas o acalmarão
12. Diga-lhe, é através da verdade do soberano que pragas e grandes relâmpagos são mantidos longe do povo.
13. É através da verdade do soberano que ele julga grandes tribos e grandes riquezas.
14. É através da verdade do soberano que ele assegura a paz, tranquilidade, alegria, facilidade, conforto.
15. É através da verdade do soberano que ele envia batalhões às fronteiras de vizinhos hostis.
16. É através da verdade do soberano que cada herdeiro planta o seu pilar na sua justa herança.
17. É através da verdade do soberano que se prova a abundância dos grandes frutos das árvores do grande bosque.
18. É através da verdade do soberano que a produção de leite do grande gado é mantida.
19. É através da verdade do soberano que há abundância de grãos altivos.
20. É através da verdade do soberano que uma abundância de peixes nada nos riachos.
21. É através da verdade do soberano que crianças justas são bem concebidas.
22. Diga-lhe, uma vez que ele é jovem, que seu governo é jovem.
Que ele observe o condutor de uma velha carruagem.
Pois o condutor de um velho aro de roda não dorme
Ele olha à frente, ele olha atrás, adiante e para a direita e para a esquerda.
Ele olha, ele defende, ele protege, para não quebrar, com a negligência ou violência, os aros das rodas que estão sob ele.
23. Diga-lhe que não exalte nenhum julgamento, a menos que conheça os verdadeiros precedentes legais.
24. É através da verdade do soberano que todo homem de arte alcança a coroa do conhecimento. Depois disso, ele se sentará para ensinar a boa regra à qual se submeteu.
25. É através da verdade do soberano que as fronteiras de cada verdadeiro senhor se estendem para que todo gado chegue aos limites de seu próprio pasto.
26. É através da verdade do soberano que cada peça de vestimenta é obtida para o relance dos olhos.
27. É através da verdade do soberano que os cercados de proteção do gado e da produção se estendem.
28. É através da verdade do soberano que as três imunidades à violência em cada assembleia protegem a cada senhor das coibições de colisões durante o curso de seu nobre governo.
A primeira imunidade, a corrida de cavalos nas assembleias.
A segunda imunidade, um acampamento (de forças militares).
A terceira imunidade, o privilégio da casa de cervejas com amigos e grandes abundâncias de rodas de hidromel, onde tolos e sábios, familiares e estranhos, são intoxicados.
29. Diga-lhe que não enrubesça muitos adros, pois derramamento de sangue é uma destruição vã de todo governo e da proteção de um povo pelo governante.
30. Diga-lhe que pague qualquer serviço recíproco que lhe seja devido, que reforce qualquer vínculo que deve ter, que remova a vergonha de suas faces pelas armas em batalha contra outros territórios, contra seus juramentos, contra todas as suas proteções.
31. Diga-lhe que não permita que ricos presentes ou grandes tesouros ou lucros o ceguem para os fracos em seus sofrimentos.
32. Diga-lhe que avalie as criações de um artífice na forma em que foram feitas; qualquer coisa que não julgar de acordo com seus lucros não lhe trará nada além.
33. Que ele avalie a terra por seus frutos.
34. Que ele avalie o teixo por seus artigos bem-feitos.
35. Que ele avalie o gado por sua pastagem de inverno.
36. Que ele avalie a produção de leite pelo seu crescimento.
37. Que ele avalie o grão pela sua altura.
38. Que ele avalie os riachos pela sua limpeza.
39. Que ele avalie o ferro por suas propriedades nas disputas das tribos.
40. Que ele avalie o cobre por sua firmeza, força, densos artefatos.
41. Que ele avalie a prata por sua durabilidade, valor, alvos artefatos.
42. Que ele avalie o ouro por seus belos ornamentos estrangeiros.
43. Que ele avalie o solo por seus serviços onde as pessoas podem buscar produção.
44. Que ele avalie as ovelhas pela pelagem que é selecionada para as roupas das pessoas.
45. Que ele avalie porcos pela sua gordura, pois ela evita a vergonha para todos.
46. Que ele avalie os bandos de guerra que acompanham um verdadeiro senhor, pois o governo de sua companhia pertence a cada rei; qualquer coisa que ele não julgar de acordo com seus lucros não os invocará com toda a força.
47. Que ele avalie as pessoas não-livres e companhias vassalas; que elas sirvam, que elas provenham comida, que elas meçam, que elas dêem em retorno pelas honestas dádivas do senhor.
48. Que ele avalie os velhos nos tronos de seus ancestrais, com numerosos benefícios de respeito.
49. Que ele avalie aos pais e mães com benefícios de manutenção e a devida consistência.
50. Que ele avalie as taxas de cada artesão para artigos sólidos e objetos bem-feitos.
51. Que ele avalie o direito e a justiça, a verdade e a lei, o contrato e a regulamentação de todo senhor justo para com todos os seus clientes.
52. Que ele avalie o preço da honra apropriado para os graus de pessoas livres e camponeses.
(Eu falhei, devo me envergonhar.)
53. Eleva, anuncia,
Oh, meu Néire, habituado a proclamar
A Feradach Find Fechtnach.
Anuncia a ele os pontos altos de minhas palavras.
54. As trevas se curva à luz,
A tristeza se curva à alegria,
Um simplório se curva a um sábio,
Um tolo se curva a um homem sábio,
Um servo se curva a um homem livre,
A falta de hospitalidade se curva à hospitalidade,
A avareza se curva à generosidade,
A mesquinharia se curva à benevolência,
A impetuosidade se curva à compostura,
A turbulência se curva à submissão,
Um usurpador se curva a um verdadeiro senhor,
O conflito se curva à paz,
A falsidade se curva à verdade.
55. Diga-lhe que seja misericordioso, justo, imparcial, consciencioso, firme, generoso, hospitaleiro, honrado, estável, beneficente, capaz, honesto, bem falado, firme, de julgamentos verdadeiros.
56. Pois há dez coisas que extinguem a injustiça de cada soberano. (Cuidado se não as cumprires, cuidado com tudo, oh governantes) Anuncia para mim as dez: governo e mérito, fama e vitória, descendência e parentesco, paz e longa vida, boa fortuna e tribos.
57. Diga-lhe: ele pode morrer, ele morrerá, ele pode partir, ele partirá; como ele foi, como ele será, isso é o que será proclamado. Ele não é um soberano, a menos que cumpra tais feitos.
58. Diga-lhe, há apenas quatro soberanos: o verdadeiro soberano e o soberano astuto, e o soberano de ocupação com exércitos, e o soberano-touro.
59. O verdadeiro soberano, em primeiro lugar, é movido em direção a todas as coisas boas, ele sorri à verdade quando a ouve, ele a exalta quando a vê. Pois aquele que os vivos não glorificam com bênçãos não é um verdadeiro soberano.
60. O soberano astuto defende fronteiras e tribos, elas provém o que lhe é valioso e devido.
61. O soberano por ocupação com exércitos de fora; suas forças se afastam, postergam suas necessidades, pois um homem próspero não se vira para o exterior.
62. O soberano-touro atinge e é atingido, repele e é repelido, enraíza-se e é desenraizado, persegue e é perseguido. Contra ele sempre há bramidos com chifres.
63. Eleva, anuncia,
Oh, meu Néire, habituado a proclamar
A Feradach Find Fechtnach.
Um nobre, poderoso soberano
A todo soberano que governa realmente.
Que ele guarde minhas palavras,
Elas o levarão à vitória.
Eu as considero pela proteção do meu povo.
(Eu sou forçado a) Finit
Traduzido por Fergus Kelly / versão em português por Wallace Cunobelinos